Por Vera Lucia Dias

Aceitando ao honroso convite feito pela Revista Mulheres para escrever, minha primeira preocupação foi a de procurar escolher um tema que seja de interesse para tão especial público.
Nessa tarefa, uma reflexão especial veio à minha mente e que, a meu ver é pertinente e necessária nesse momento em que nos sentimos todos recém-saidos de uma guerra da qual somos todos sobreviventes, cada um com suas sequelas e onde uns tiveram perdas reais pelo falecimento de pessoas signifi cativas, trabalho, negocios e outras em nivel simbólico de suas seguranças, certezas e verdades presumidas.
Quem dos leitores nunca se viu, durante a pandemia do covid-19, amedrontado e assustado com as cenas de horro res que assistíamos? Quem não temeu pelo futuro seu e das pessoas queridas? Quem não se sentiu um sobrevivente após tantas ameaças e perigos? Quem não se perguntou por que foi poupado ou então, que rumo tomar e que sentido dar à vida após esta segunda chance?

Fico a pensar quais seriam os caminhos para uma vida melhor e mais feliz e não consigo deixar de priorizar a GRATIDÃO, como sentimento ou atitude de reconhecimento e valorização pelos beneficios recebidos, que pode fazer muita diferença na forma de viver.
E eles são tantos! Depois de tanta experiencia dificil e de tantos lutos enfren tados, precisamos parar para agradecer por ter um lar, saúde, ter pessoas boas ao nosso redor e poder contar com elas, ter competências e oportunidades, chances de recomeçar, poder desfrutar de atos de solidariedade, de coisas que gostamos e pelas quais sonhamos e acima de tudo, ter motivos para ser feliz.
Particularmente, costumo dizer que não conheço pessoas gratas infelizes e nem pessoas infelizes que sejam gratas! Ser grato é um estado de espírito, que nos ensina a descartar coisas negativas e sentimentos ruins e a focar nas coisas boas.
Ele, segundo estudos, melhora não só nossa saúde física ao atuar sobre o sistema imunológico, sono e pressão sanguínea, nas também a saúde mental. quando reduz inveja. ressentimentos, frustrações e arrependimentos que can sam estresse no dia a dia e, em contrapartida, aumenta a empatia, a generosidade e a compaixão. E, como se tudo isso não bastasse, ainda reduz a agressividade, melhora a autoestima e abre portas para novos relacionamentos.
Poderíamos dizer que, viver com gratidão é viver com inteligência emocional. entendendo como tal, tendo capacidade de viver bem consigo mesmo e com os outros, de identificar as emoções próprias e alheias, administrar e controlar os sentimentos, ter sensibilidade e automotivação e saber estabelecer vinculos positivos e saudáveis.
Numa outra linguagem, poderiamos falar ainda em aproveitar o fato de es tarmos sobreviventes para procurar viver o tempo que nos resta com inteligen cia espiritual, ou seja, buscando uma vida mais rica e criativa, encontrando um propósito que de sentido aos nossos atos e experiências e procurando nortear nossas ações por valores éticos.
Pessoas espiritualmente inteligentes relacionam-se com Deus, buscam seu autoconhecimento constante, são guiadas por idealismo, encaram e celebram a diversidade e são holisticas, procurando compreender os fenómenos na sta totalidade e globalidade.
Para concluir, fica o meu desejo de que os leitores e leitoras não apenas so brevivam. mas vivam intensamente seus objetivos, sonhos e metas com o pé na realidade, muita vontade e sentimento de empoderamento, atentos para que não se deixem levar pela auto sabotagem disfarçada de procrastinação, negatividade. falta de foco e de planejamento ou ainda a preocupação com o julgamento alheio.