Por Camilla Colenghi
Quando alguma coisa não vai bem, o universo grita para ter certeza que você ouviu. E a gente até se faz de samambaia. Tenta dar uma de dona da bola, do nariz e das decisões. Mas a vida continua lá, cumprindo o seu papel.
Porque se algo não está no seu caminho, não há planejamento estratégico, mapa astral, mentoria, que passe por cima dessa verdade.
Só que ao mesmo tempo que é óbvio - uma repetição do bom e velho: “o que é seu está guardado” -, tem uma pegadinha aí.
Não é porque está no seu caminho que virá fácil, servido de bandeja. Com música ambiente, espumante, canapés, e selfie para um futuro post, rs.
Na maioria das vezes a busca é assustadora.Não dá para sentar de braços cruzados (que na realidade está mais para deitar na cama, com o choro engasgado, e a cara amassada em cima de um travesseiro dobrado ao meio), e desistir depois de meia dúzia de tentativas falhas, repetindo o discurso de “não era pra ser.”
Nem mesmo o nosso caminho se abre sozinho. A trilha não é reta e nem plana.
Mas como diferenciar luta de tempo perdido?
Qual é a linha que separa a bonita determinação, da insistência doentia, que nos esvazia de nós mesmas, que desgasta a alma, e tortura o ego? O aperto no peito? Os gritos (e os sussurros) do mundo? O acaso te conduzindo como em uma dança, te levando para outro lado, mesmo você seguindo a risca a sua própria coreografia?
Simmmm, essas são as pistas!
É a sensação incômoda que tentamos mascarar. Porque no fundo a gente sabe, mas há momentos em que se dizer pedida é menos doloroso.
Esses dias li uma frase que dizia assim: “se não se abrir, não é a sua porta.”Incrível. Mas acrescento: Bata. Não se esqueça de bater. De bater MUITO.
Bata enquanto a alegria do sonho for maior que as lágrimas do desafio.
Bata, mas espere que ela realmente se abra, não se esprema para caber em brechas.
Bata e confie.
Porque assim, um dia, a mesma vida que hoje lhe empurra para outra direção, se encarregará de trazer o entendimento e a gratidão por cada porta que permaneceu fechada.