Jornalista Valeska Ramos


As escolas já registram um maior número de procura por matrículas para 2022. As expectativas quanto à realização das mesmas são altas, em decorrência da procura de pais. O ano de 2022 trará grandes desafios, a readaptação de alunos e professores exigirá das escolas ações voltadas para o pedagógico e, principalmente, para o sócio emocional.

A pandemia acelerou o processo de evolução tecnológica na área da educação. A escola nunca mais será a mesma porque já não são mais os mesmos. As soluções tecnológicas apresentadas através de ferramentas, programas e softwares, comprovam o quanto necessitam dessa inovação, não apenas na gestão escolar, mas no processo ensino-aprendizagem como um todo.

O Coronavírus trouxe também, outras preocupações além da busca pela qualidade do ensino. Os pais estão priorizando escolas que se preocupem com a saúde e segurança de seus filhos. Apesar de buscarem um ambiente escolar com boa estrutura física e bem equipado tecnologicamente, os pais estão se preocupando com uma visão mais humanista do processo ensino-aprendizagem ao matricular os filhos.Dentro do terceiro momento da pandemia, em que o primeiro contou com ensino totalmente on-line, depois híbrido e agora com a volta do presencial total. As escolas e alunos estão em um processo de desintoxicação do on-line, das mídias. A escola é presença, é carteira, é olho no olho. A escola é um ambiente sócio emocional, e a tecnologia vai estar presente na rotina dos alunos, principalmente agora. Por isso, contará com algumas “pinceladas”, como monitorias, suporte e eventos on-line.


Suporte


Com a volta do ensino 100% presencial, pais e diretores concordam sobre a importância do acompanhamento e suporte emocional profissional. Muitos pais buscaram por um acompanhamento psicológico durante a pandemia e, principalmente agora.

“Crianças e jovens perderam muito as habilidades sociais. Percebi um retrocesso na questão da convivência com outras crianças, da capacidade de negociação. Durante esse período on-line eles desenvolveram muitas competências no quesito da tecnologia, mas perderam muito, muito mesmo, na questão social. Nas crianças menores, foram as questões de aprender a dividir, negociar, e nos maiores, eu percebi a introspecção. Adolescência é uma fase que necessita muito da aprovação e relação com o outro”, explica a psicóloga Elena Sabino.

Lorenna Melo Silva, proprietária e professora de inglês da escola Face 2 Face de Uberaba, conta que como mãe esse período de transição das aulas hibridas para as presenciais foi muito difícil. O filho que até então nunca deu trabalho na escola, com o retorno das aulas parecia outra criança. Ela que também é empresária e professora de inglês da própria escola, ao contrário da maioria, passou definitivamente para as aulas remotas. “Com a pandemia fui obrigada a estudar esse universo de aulas online, e percebi que meu público/ alunos aumentou substancialmente com as aulas feitas virtualmente. As pessoas preferem assistir as aulas no conforto de sua casa, sem necessitar de deslocamento, após um dia exaustivo de trabalho, já que a grande maioria dos alunos são adultos que trabalham em multinacionais. Para mim as aulas online hoje foram a melhor coisa que poderia ter acontecido, e não pretendo retornar com as aulas presenciais”, comemora Lorenna.

A empresária Anna Karoliny Rodrigues da Silva, proprietária da escola de Inglês Wise Up, confirma que a retomada das aulas presenciais foram lentas. E diante de todas as incertezas de liberarem definitivamente, as aulas foram ministradas de forma online. Porém, em janeiro foram retomadas 100% as turmas presenciais, embora exista também o curso online para suprir a alta demanda. Um ponto positivo destacado por Anna, sobre o retorno às aulas presenciais, é a carência das pessoas do contato físico e visual. Mesmo com todas as exigências sanitárias seguidas de distanciamento, essa aproximação no presencial auxilia substancialmente no aprendizado.

“A presença, o olho no olho facilita e o aluno que pode retornar acaba tendo um ganho maior. Graças a Deus a demanda desse retorno era alta, e nós também estávamos cansados e com vontade de retomar. A pandemia rompeu barreiras para nós das escolas de inglês, que popularizamos o acesso com diversos aplicativos de reuniões virtuais, podendo levar conteúdo e aprendizado para qualquer parte do mundo”.

O coordenador institucional do Colégio Opção de Uberaba, Júnior Afonso, também acredita que o retorno foi extremamente positivo. “Retornamos no início de 2021. Em virtude disso, inúmeras adequações orientadas pelos protocolos vigentes foram empreendidas. Tudo para que, sanitariamente, tivéssemos uma gestão efetiva dos riscos pandêmicos. Na minha opinião o retorno foi positivo, uma vez que, como seres sociáveis as restrições prolongadas, são extremamente danosas, principalmente emocionalmente, que é uma das bases para o equilíbrio, ou desequilíbrio cognitivo. Outro ponto positivo, é que as adequações e seriedade no cumprimento dos protocolos, fizeram com que em um ano inteiro, não tivéssemos nenhum caso detectado de infecção interna”, comemora o coordenador.

Mesmo em meio às incertezas em relação à pandemia e ao avanço da variante Ômicron do Coronavírus, as aulas nas escolas públicas e particulares voltam em fevereiro no estado de Minas Gerais.

 

Lorenna Melo Silva, proprietária e professora de inglês da escola Face to Face

Lorenna Melo Silva, proprietária e professora de inglês da escola Face to Face


Anna Karoliny Rodrigues da Silva, proprietária da escola de Inglês Wise Up

Anna Karoliny Rodrigues da Silva, proprietária da escola de Inglês Wise Up