Ricardo Almeida


Em abril de 2012, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) publicou a Resolução Normativa ANEEL nº 482/2012, que regulamenta a geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis, permitindo que os consumidores gerem sua própria energia e conectem seu sistema gerador às redes de distribuição das concessionárias. Além disso, a produção excedente de energia elétrica pode ser negociada com a rede de distribuição local.  

De acordo com a ANEEL, trata-se das micro e minigeração distribuídas de energia elétrica, inovações que aliam economia financeira e preservação ambiental. Para se ter uma ideia mais concreta, uma residência que conta com a instalação de um sistema de geração própria de energia elétrica (sistema fotovoltaico) pode economizar cerca de 95% na conta de luz no final do mês. O tempo de vida estimado para esse sistema é de 25 anos. 



A Agência explica que essa modalidade de geração distribuída também traz benefícios importantes para o sistema elétrico do país: adiamento de investimentos em expansão dos sistemas de transmissão e distribuição, baixo impacto ambiental, redução no carregamento das redes, a minimização das perdas e a diversificação da matriz energética. 

Embora ainda seja necessário ampliar e instituir políticas de estímulo à adoção do sistema fotovoltaico pela população brasileira, a geração própria de energia elétrica traz benefícios e pode ajudar no controle do orçamento doméstico. Na prática, significa que se a quantidade de energia gerada em determinado mês for superior à energia consumida naquele período, o consumidor fica com créditos que podem ser utilizados para diminuir a fatura dos meses seguintes. Outra vantagem é que esses créditos também podem ser usados para abater o consumo de unidades consumidoras do mesmo titular situadas na área de atendimento da mesma distribuidora (autoconsumo remoto). 



Para que o sistema seja mais utilizado no Brasil, é necessário ampliar os incentivos fiscais para uso de energia limpa. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 90% dos brasileiros querem gerar energia de forma renovável. Em alguns lugares do país, o incentivo vem por meio de descontos no IPTU, como é o caso de Palmas (TO), onde o desconto pode chegar a 80% no imposto. Na Alemanha, o governo instituiu várias medidas para estimular a população para uso de energia renovável: assume parte do valor necessário para a instalação do sistema, oferece valores atraentes na compra do excedente de energia e permite que os produtores de energia comercializem com seus vizinhos. 



Confira alguns pontos que motivam o investimento em um sistema de geração própria de energia elétrica em uma residência: 


1. Economia na conta de energia elétrica 

Pode gerar uma economia na conta de luz em até 95% (geração de créditos). A produção excedente é injetada na rede elétrica e volta para a distribuidora, que faz o abatimento de créditos direto na conta (validade de 60 meses).   


2. Sistema autossustentável 

Fonte de energia que pode suprir a necessidade sem gerar poluição no meio ambiente. Conectada à rede pública, a energia solar pode ser autossuficiente ou servir como alternativa, reduzindo os custos.   


3. Pouca manutenção 

Na maioria das vezes, a própria água da chuva pode ser suficiente para limpar os painéis solares e garantir a perfeita captação e transformação. Um pano úmido também pode ser suficiente para atender à necessidade de limpeza.   


4. Vida útil mais longa 

Em média, a vida útil de um sistema de energia solar gira em torno de 25 anos. 


5. Resistência a intempéries 

O sistema é totalmente resistente. Variações no clima, tempestades e chuva não comprometem a estrutura da instalação. 


6. Imune a aumentos de tarifa da energia 

Adotar um sistema de energia solar previne o consumidor dos aumentos na tarifa de energia. 



Ricardo Almeida

Doutor em Ciência, Tecnologia e Sociedade. Mestre em Inovação Tecnológica. Especialista em Gestão de Pessoas e Negociação Coletiva. Atua nas áreas de Desenvolvimento Humano e Educação Ambiental. 


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