Por Evacira Coraspe


O Brasil relembrou a vida do maior médium espírita kardecista, brasileiro e mineiro, Francisco Cândido Xavier, pelos 20 anos de sua morte ou desencarne, que ocorreu em junho de 2002. O líder espírita, nascido em Pedro Leopoldo, mudou-se para Uberaba/MG em 1959 e permaneceu na cidade, onde foi sepultado aos 92 anos de idade. Seu túmulo transformou-se em ponto turístico.
Reconhecido por suas psicografias, pela pregação do espiritismo, do amor e humildade, Chico Xavier foi eleito o Mineiro do Século XX e chegou a ser indicado ao Prêmio Nobel da Paz. Em 2012, foi eleito o maior Brasileiro de Todos os Tempos. O médium foi datilógrafo, tecelão e funcionário público federal.
Alvo de pesquisas, observações, admiração e ques- tionamentos, Chico nunca se afastou de sua missão, nem de seus atendimentos para prestar consolo espiritual, moral e até material aos mais necessitados. Multidões, vindas em caravanas, buscavam a Casa da Prece para receberem psicografias ou apenas ver o Chico e se nutrirem da paz que ele emanava.

Definir o Chico é uma tarefa extremamente difícil. mesmo para Eurípedes Higino, seu filho adotivo, que esteve ao seu lado desde 1959, quando tinha cerca de 8 anos de idade. Higino acompanhou sua vida pessoal, sua dedicação à doutrina espírita e aos pobres.
Para ele, Chico Xavier "foi a pessoa mais humilde do mundo, mesmo rodeado por autoridades sociais e intelectuais, ele sempre estava do lado dos mais frágeis, das pessoas de vidas difíceis. A humildade dele conseguia chegar às pessoas e levar qualidade de vida espiritual e moral".
"É muito fácil para nós espíritas falar sobre o médium Chico Xavier. É natural todos da doutrina gostarem dele. Mas é muito interessante ver pessoas de religiões diversas e até quem não o conheceu, enaltecendo sua obra é a sua contribuição", diz Higino.
Hoje, a casa dele transformou-se em Casa de Memória e Lembranças Chico Xavier, onde turistas podem ver biblioteca, cozinha e o quarto mobiliado conforme ele habitava. Têm muitas coisas escritas sobre o médium, mas muitos querem conhecer o homem Chico Xavier e saber como vivia. No mês de julho, com as lembranças dos 20 anos de morte do líder espírita, quase 5 mil pessoas visitaram a Casa de Memória.
Chico Xavier estudou até o quarto ano primário e escreveu/psi- cografou mais de 450 livros, que venderam, segundo consta, mais de 50 milhões de exemplares até 2010, cuja renda foi revertida para obras sociais, de acordo com seu desejo.
Quem quiser aprofundar mais sobre a vida e obra do médium Chico Xavier, recomendo a leitura dos livros, todos muito interes- santes: "A Caminho da Luz" de Emmanuel/Chico Xavier e "Brasil coração do mundo e pátria do Evangelho" de Humberto de Cam- pos/Chico Xavier. Duas entrevistas que fiz com Eurípedes Higino estão no meu Canal Youtube e também a entrevista com Cido Gabriel. Existem ainda alguns filmes sobre ele. O portal Oficial Chico Xavier está sempre atualizado com muitas informações.


Falar de Chico Xavier é lembrar de JESUS! Há muita coisa a ser dita e estudada sobre Chico e suas psicografias.


Jorge Bichuetti

Médico
"Chico Xavier, amor e paz; ponte para a luz...
Num tempo de ódio e intolerância, de individualismo, sentimos imensa saudade do Tio Chico, o amigo abnegado da humanidade no caminho. Ponte para a luz, nele sempre tivemos um farol. Um convite permanente à vida remoçada na potência inovadora da fraternidade. Generoso, terno, compreensivo... Secava lágrimas, renovava nossas forças... Pródigo, fazia florir os caminhos. Com ele, aprendemos a arte de recomeçar, a fé audaz e ativa que ousa primaverar e primaverar-se. Saudades... Saudades do belo fecundo do amor, saudades na necessidade que temos do seu olhar, do seu coração, das suas lições de vida e eternidade." (Entrevista realizada em setembro de 2022)


Carlos Vitor Silveira
Museólogo - responsável pelo Memorial Chico Xavier 

"Passados 20 anos do falecimento do Chico Xavier, seu exemplo e trajetória residem vivos nos corações das pessoas. Ainda hoje, milhares de turistas procuram Uberaba mensalmente em busca do contato com sua memória e obra. Chico nos deixa o legado de um mundo de esperança, onde por intermédio do aprimoramento individual e coletivo, podemos atingir uma sociedade mais justa e humana."


Maísa Helena Moura
Espírita. Funcionária pública municipal 

"Chico vive! Está presente a todo tempo e o tempo todo em nossas vidas. Ele é inspirador, continua a nos mostrar o caminho leva até Jesus. Suas ações, tendo como base os ensinamentos do Divino Mestre, que nos continuarão a reverberar por gerações: amor ao próximo, perdão, fé, respeito a todos os seres e o exercício da caridade, sem a qual nos é impossível atingir a salvação."


Sonia Barsante
Foi presidente da Aliança Espírita. É vice-presidente do Centro Espírita Uberabense. Palestrante. Afilhada de casamento do Chico 

"Francisco Cândido Xavier - o homem chamado Amor. Mestre na arte da disciplina e da serenidade. Evangelho personificado com seus exemplos de humildade, perseverança, renúncia e amor ao próximo. Mente cristocêntrica. Profundo amor a Deus, Jesus e Maria de Nazaré. Fidelidade ao Espiritismo que revive o Cristianismo na Terra. Maior médium do século XX-descortinando a vida espiritual para todos nós encarnados. Amigo dos sofredores, dos necessitados em penúria material, moral e espiritual. Saudade de sua presença física, que nos trazia sua luz, esperança e consolo nas nossas dores, nos ensinava o caminho do bem e da verdade com Deus Nosso Pai, Jesus e Benfeitores Maiores da Espiritualidade."


Cido Gabriel
Médium, fundador e presidente da Casa da Fraternidade Francisco de Assis.
"Falar sobre Chico Xavier me deixa sensibilizado. Eu acho que foi uma perda irreparável no sentido de ele ser referencial, ser líder, mesmo sem ter se colocado como tal. Então, ele faz falta porque era um sinalizador, mesmo calado. Com presença do Chico, as pessoas não ousavam distorcer a doutrina espírita, como fazem após sua morte."


ROCOCÓ


Tear de Uberaba completa 19 anos

Com a mentoria da economia criativa de Aguimar José Luís, vários atores do artesanato uberabense comemoram o aniversário de 19 anos da instalação da escola do artesanato tear na cidade. Aguimar explica que a tecelagem é uma das formas mais antigas do artesanato e a mostra está bem contemporânea. Vários eixos da arte integram as celebrações, com objetivo de agregar as potencialidades criativas da cidade.
Para Cidinha Freitas, idealizadora do Projeto Tear, o mineiro tem um estilo muito próprio na tecelagem e esse diferencial está na com- posição do repasse, ou seja, nos desenhos aplicados. "Sou associa do há mais de 35 anos; cuido e coordeno os projetos: um deles chama 'Economia Criativa" e atendo artistas no processo de migração para o designer. Dentro da Casa do Artesão da Mogiana criamos a Casa do Artista', com o lema, "U" de cima ajuda o "U" de baixo e isso dá abertura para todas as outras manifestações artísticas, como tear e dança, por exemplo.
Para a manutenção do tear tradicional, a Casa do Artesão promove oficinas buscando as novas gera. ções. Um exemplo de interesse é o adolescente Cauã Batista, que tem se revelado com sua criatividade e talento. O jovem artesão também se destaca na natação, onde é campeão," explica Aguimar. O evento trouxe um chamado para a valorização das diversas formas de artesa nato, até porque esse setor é responsável por quase 4% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.


MUSEU DO AGRO EM UBERABA

Com muitos participantes da área de cultura, autoridades políticas e museólogos foi lançado no IEATM – Instituto de Engenharia e Arquite- tura, o Masap Museu do Agro Sustentável Alysson Paolinelli. O arrojado projeto do museu tem apoio do Centro Internacional para Inovação e Transferência de Tecno- logia Agrícola e Pecuária - Ciitta.


MOSTRA DE FOTOGRAFIA

Bonita exposição de fotografias denominada "Laboratório Cidades e Publicações", do fotógrafo uberlandense, Leonardo Finotti, que marcou o mês de agosto na Fundação Cultural de Uberaba. Com renome internacional, o expositor celebra 25 anos de carreira com uma homenagem ao movimento modernista, que teve seu apogeu em 1922, com a Semana da Arte Moderna. Nesse contexto, o fotógrafo, que também é arquiteto, delineia formas da arquitetura modernista brasileira. A exposição traz quatro fotos grandes em preto e branco, abrindo foco para as diversas publicações e livros com sua arte. Esse ambiente diferenciado e provocativo, de acordo com Paulo Miranda, diretor de arte da Fundação Cultural, traz a lógica do olhar do artista, que sempre caminhou pelo mundo fazendo seus registros e aqui convida as pessoas a interagirem calmamente com suas imagens.


EXPOSIÇÕES NO CENTRO CULTURAL

A cidade ganha um forte espaço cultural, com a retomada das exposições no CCCP - Centro de Cultura Cecília Palmério, no Campus da Uniube - Universidade de Uberaba, no Centro da cidade.
Escritor, jornalista, memorialista Jorge Alberto Nabut, que já contribuiu com a criação de Museus, Arquivo, Fundação Cultu- ral, ações de preservação do patrimônio histórico e artístico da cidade, assume pela segunda vez a curadoria do CCCP.
Na programação deste ano passaram por lá a Exposição "Memória afetiva da artista plástica Filipa Veríssimo", Brasili Arte - Piano e Violino Duo e Inês Arantes. Pinturas e bordados figurativos de Vitória Helena Marquês, Colecionismo - Acervo da Universidade de Uberaba, com pinturas de Anita Malfati, Manuel Santiago e José Paulo Moreira da Fonseca. Em novembro e dezembro estarão expostas as obras de Beatriz Abdalla.


ARTE NA CHITA EM NOVOS CIRCUITOS

As chiteiras comemoram as variadas participações nos principais eventos do Município. Projeto Arte na Chita está inserido no Circuito Rural, parte do Geoparque Uberaba e entraram na Universidade, com oficinas, mostra e conhecimento. Elas participaram do Congresso do Idoso, na Universidade de Uberaba, por fazer conexão com a saúde e bem-estar desse público, cada vez mais atuante e criativo. Nessa linha de saberes, cultura, arte e bordado terapêutico, as mulheres bordadeiras aperfeiçoam a produção com mentoria desta colunista, coordenadora do grupo.
O projeto contempla a linha de vestuário, com vestidos, coletes, tiaras, sandálias, sapatos. A linha de acessórios com as belas cluts, carteiras, bolsas transversais com correntes, bolsas para praia, para o dia e para a noite. Na linha de produção de decoração, destacam-se as almofadas, quadros, abajures e arte sacra. Para cozinha, o grupo elabora panos de prato, toalhas de mesa, trilhos de mesa, jogos americanos e suplats.
Os bordados na Chita produzidos em Uberaba são adquiridos por pessoas de outros estados e várias peças foram para o exterior, como Estados Unidos, Inglaterra, Holanda, Bélgica e Austrália. É o artesanato de Uberaba sendo valorizado. Mais informações no Instagram @arte.na.chita