,Márcia Resende


Olá,


É uma honra estar com vocês por meio deste novo canal pensado e estruturado com tanto carinho e competência pela Revista Mulheres.

Aqui vamos refletir sobre assuntos relacionados a filhos, parentalidade, motivação, família, estudos, relacionamentos e tantos outros temas vinculados ao desenvolvimento humano.

Quero trazer para nossas reflexões livros, pesquisas, debates e um conteúdo extenso que nos permita crescer como pais e seres humanos em mundo com tanta transformação.

Você é meu convidado nesta jornada de descobertas e mudanças!

Estamos juntos!


Nossos Filhos - Educação Pensada 


Nesta primeira postagem, vamos conversar sobre educação pensada, definição dada por Luiz Hanns, no livro "A arte de dar limites".

Segundo Hanns, ao praticarmos a educação pensada, nos habituamos a usar três ferramentas: dialogar, impor limites e ensinar a viver com limites. Usamos essas ferramentas levando em consideração três condições de nossos filhos: idade, temperamento e influência do ambiente.

Partindo desses seis elementos, somos capazes de exercer nosso papel de pais educadores, criando nossos filhos com amor, segurança, lazer e formação escolar; preparando-os para a vida.

No dia a dia, precisamos dosar as três ferramentas quando o assunto é educar filhos. A primeira é dialogar com eles sobre limites, a segunda é impor a eles limites e a terceira é ensiná-los como viver com regras e limites.

Vamos começar nossa reflexão focando na primeira ferramenta, que é dialogar. Em nossas reflexões vou procurar trazer exemplos que facilitem nosso entendimento. Catarina é mãe de dois filhos: um pré-adolescente de 12 anos e um adolescente de 15. Sempre quando ela vai falar com os meninos sobre algum limite que já foi combinado, eles mal olham em seus olhos, continuam com seus fones de ouvido. E quando argumentam alguma coisa sempre justificam que estão cansados e que falta confiança por parte da mãe. Catarina sempre se irrita, começa a suplicar, gritar e ameaçar.

Dialogar em conexão com pensamentos e emoções dos nossos filhos não é fazer sermão, nem dar conselhos, nem suplicar ou ameaçar. Também não é apontar as incoerências deles, mostrar que estão errados, atropelá-los com argumentos lógicos, fazer chantagem emocional ou interrogatórios.



É uma conversa razoável, adequada a cada situação e não uma armadilha de falação ou bate-papo. É ensinar a nossos filhos os prós e contras de cada atitude, sempre levando em consideração a ética e os impedimentos práticos para que ele entenda que uma mudança de comportamento é necessária.

Como tem sido o diálogo com nossos filhos?

Dialogar sobre limites é um diálogo em conexão com os pensamentos e as emoções dos nossos filhos. Permite escutar com atenção, apresentar, explicar e discutir os limites com eles; limites já estabelecidos em família. Isso pode ser feito em todas as idades. Por meio desse diálogo, mostramos aos nossos filhos que todas as pessoas são submetidas a limites e que os limites são restrições que não dependem da nossa vontade. São regras éticas, combinadas em comum acordo e restrições da vida prática.

Podemos começar um diálogo em conexão já com crianças a partir de quatro anos, com adolescentes e jovens. Podemos começar agora.

Esse diálogo só poderá acontecer se nossos filhos e nós também estivermos desarmados, abertos de verdade, sendo capazes de ouvir, entender e trocar ideias. Por isso devemos levar em consideração o momento adequado e o assunto apropriado.

O diálogo em conexão não serve para intervir no meio de uma crise ou de um surto de fúria, ansiedade ou medo. Devemos evitar dialogar durante um conflito. Podemos esperar o momento certo para esse diálogo franco. Podemos, como pais educadores, retomar o assunto a qualquer hora.

Além de escolhermos um momento adequado para o diálogo, também devemos definir um tema específico. Não é produtivo falar sobre muitos temas ao mesmo tempo ou sobre um tema muito abrangente. Seja específico e objetivo.

- Mauro, lembra-se daquele episódio que você se escondeu no banheiro para matar aula? Na época ficamos bravos com você e lhe demos um castigo, mas desde então temos pensado muito sobre o que aconteceu. Queremos conversar com você sobre algumas coisas que não foram ditas e que merecem uma reflexão. Vamos conversar?



Então vamos lá!

Os cinco momentos do diálogo em conexão:

O primeiro momento do diálogo em conexão é desarmar os ânimos e só depois se seguem os outros quatro que são:

2 – escutar os sonhos e medos (ouvir);

3 – empatizar (entender);

4 – apresentar o dilema entre desejo e limites (ponderar);

5 – convidar para a construção de uma solução (buscar consenso).



No início, vai ser meio estranho conversar com nossos filhos seguindo esses cinco passos. Pode ser que demore um pouco para dominarmos o modelo proposto. O importante é ir seguindo com disciplina os cinco passos no dia a dia e buscarmos uma maneira mais leve de resolver os conflitos.

Nos próximos posts vamos refletir sobre cada um desses momentos.

É possível!



Márcia Resende

Especialista em Teen, Life e Professional Coaching. Escritora de textos motivacionais, de liderança e comportamento para a página Coaching e Champanhe for Woman, de Portugal, para o Portal R2S e para a revista da Sociedade Latino Americana de Coaching.