Marcos Moreno


No último domingo, dia 18 de abril, um caçador ilegal morreu pisoteado por elefantes em parque da África do Sul. 

A história é a seguinte: 

Três homens invadiram a área do Parque Nacional Kruger e fugiram quando foram encontrados pelos vigilantes. Um deles foi atacado e morto pelos animais, um foi detido e o terceiro conseguiu escapar. 

Os administradores do Parque Nacional Kruger disseram em nota que três homens invadiram a área do parque munidos de um rifle e um machado. 

Eles teriam abandonado o material e fugido quando foram abordados pela equipe de vigilância. Durante a tentativa de escape, os caçadores teriam dado de cara com uma manada de elefantes. 

A patrulha conseguiu deter um dos caçadores, e encontrou outro gravemente ferido – ele não resistiu aos ferimentos e morreu. Um terceiro conseguiu escapar. 

O administrador do parque, Gareth Coleman, disse em nota que lamenta a morte do caçador, que não teve sua identidade revelada. 

Segundo ele, as equipes continuam buscando pelo terceiro caçador e pediu apoio da comunidade para a sua identificação. 

"O combate à caça ilegal é responsabilidade de todos nós", disse Coleman. "Ela ameaça vidas, destrói famílias e exige recursos de combate ao crime que poderiam ser usados para a criação de empregos." 



... “outros” do caçador 

Pois é, segundo o famoso ditado popular “um dia é da caça, outro do caçador”. O que temos visto estarrecidos (nem todos) é sempre o dia do caçador. Já há milhares de espécies animais extintas do planeta pelo homem, o caçador. Rinocerontes brancos são um exemplo. Restam duas fêmeas no mundo, quando há alguns anos eram centenas ou milhares. Falar da ganância do homem e sua infinita crueldade é chover no molhado. Até pouco tempo atrás se fotografava o resultado da caçada a esses mamíferos, sempre com o homem com um largo sorriso de vitória ao lado da vítima. Vitória sobre o indefeso. A foto na verdade é a tradução em imagem da crueldade, da covardia, dos piores instintos humanos. Vitória da maldade, retrato da ganância humana. Agora tudo isso não fica traduzido no limite de uma foto, mas em filmes que mostram a ação do predador do começo ao fim. Mas enfim, uma ótima notícia. A caça saiu vitoriosa e o caçador ..., bem a história é essa. Pena que não há registro desse “grande momento”. Mas os animais não usam máquina fotográfica e câmeras. Tenho certeza de que muita gente gostaria de ver essa cena. Especialmente ouvir os gritos “dessas” vítimas. 


Rinoceronte branco 

(Parceiro publicitário: Moreno Pet Blog)


O que vai sobrar

 Já passou muito da hora de fazermos alguma coisa. Quem já venceu foi o caçador mesmo. Sobraram poucas espécies para serem caçadas. E vão desaparecer por completo, até que um caçador tenha que caçar o outro. Esse será o fim da história. Seria. Porque antes que isso aconteça a própria situação criada pelos caçadores pode dizimá-los na forma de pandemias. Isso não é adivinhação, conclusão ou suposição. É o que está acontecendo e exatamente por esse motivo, da caça, da destruição do meio ambiente, de tudo que se origina na mente e coração do homem. Mas há pessoas preocupadas com isso. Claro, recuperação leva muito mais tempo do que a multiplicação natural das espécies. No caso dos rinocerontes, cientistas estão tentando sem garantias de sucesso criar uma alternativa.   



Parabéns, elefantes! 

Lá no início da pandemia, quando ainda acreditávamos que não fosse durar muito tempo, começaram a surgir os primeiros efeitos de uma atitude que os humanos foram obrigados a ter para tentar minimizar seus efeitos. Com a diminuição do frenético ritmo de tudo que criaram os homens, os animais começaram a aparecer em lugares de onde foram expulsos. Grandes peixes percorrendo as “ruas” de Veneza. Aves avistadas em céu mais limpo, capivaras entrando na cidade e etc. Então, coisas estão acontecendo pra mostrar ao homem que ele não é o dono do planeta. O ideal, tão claro quanto utópico, é que todos, humanos e bichos, pudessem viver em harmonia. Já que é utopia, o “dia da caça” merece ser comemorado. Parabéns, elefantes.



Marcos Moreno

Comunicador, colunista, criador da Coluna Amigo Animal e do Moreno Pet Blog. 

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