Por Liana Marzinotto


Nesta edição da revista Mulheres, em comum acordo com a diretora executiva, Cidinha Coimbra, a Coluna Good Man assinada por mim, abriu espaço para homenagear uma pessoa muito querida por muitos e um excelente profissional reconhecido em Uberaba, no Brasil e no mundo através de suas lentes e de suas premiações.

Ari Morais, como era tratado, sendo seu nome Arionilson Ramiro de Morais, há quatro meses nos deixou indo sem pedir licença, sem aviso, sem um “bye”. Penso que se ele pudesse escolher alguma destas opções, ele não iria. Mas foi!

Foi por vários motivos, alguns nunca vamos saber e nem precisamos. Fazendo o que cabe a mim, sempre falo dele no tempo atual e sua presença me é dada vez ou outra de formas intrigantes e belas.

Nas páginas a seguir, você poderá conhecer um pouco mais do ser humano e do profissional que Ari escolheu ser!


Ari Morais


Era uma vez um homem chamado ARI MORAIS.

Desde a escola primária não uso esta frase para início de texto. Mas vou usá-la aqui.

Cabe bem para a pessoa homenageada nesta matéria, não somente porque ela tinha o dom de ver, perceber e tirar o melhor das pessoas, mas também pela sua alma infantil, cheia de sonhos e imaginação. Com sua partida repentina, alguns sonhos ficaram em stand by, porém sua obra será eterna. Pelas suas lentes, ele mostrou o mundo visto à sua maneira e encantou.

Tem um trecho da música Nada Sei cantada por Paula Toller, da banda Kid Abelha, que diz: “Que lugar me pertence que eu possa abandonar ... Que lugar me contém que eu possa me parar ...” Esta frase diz muito sobre meu querido e amado amigo, que soube como ninguém fazer valer a pena o sentimento afetuoso ofertado ao próximo e quem não o percebeu, perdeu grande oportunidade de conhecer de perto o que chamamos de Amor.

Viajante do mundo, por onde andou (e foram muitos lugares), deixou um pouco de si e levou um pouco de tudo. Conheceu a realeza, principalmente a princesa Margaret (do Reino Unido), aprendeu os 16 passos originais do tradicional chá inglês e o famoso drink que faz referência à Rainha da Inglaterra Maria I, conhecido como Bloody Mary (séc 16). Ari me ensinou a fazer os dois (risos).

Ari Morais atuou no mundo do cinema. Foi produtor de fotografia do filme #NinfaBebê, que recebeu mais de 50 prêmios internacionais. Seu último trabalho foi o projeto piloto para a série #ninfas, originada a partir do filme. Seu acervo acumula documentários e fotos premiadas. Em Uberaba, atuou para a Fundação Cultural - FC, e fez inúmeros “clicks” durante as apresentações artísticas na Concha Acústica aos domingos. 

Ele emprestou todo seu talento como doação para várias instituições e pessoas. Um trabalho que chegasse a ele não deixaria de ser executado por falta de remuneração. Sua arte tinha Valor. Ari foi meu grande parceiro de trabalho, tanto para sessões de fotos, uma delas para a capa desta coluna que depois, inclusive, foi colocada em um de seus trabalhos para a FC.

Em todas as matérias escritas por mim para esta coluna e outros trabalhos, as fotos são dele. Fazia questão de estar comigo, dando seu olhar peculiar sobre o entrevistado e ao tema. Instituições tiveram seu apoio, sua doação, seu trabalho incorporado. Posso destacar aqui as inúmeras fotografias que ele fez para o hospital oncológico Hélio Angotti em várias de suas ações.

Nesta matéria, coloco algumas fotos inéditas feitas por ele e, em uma segunda parte, depoimentos de pessoas que participaram de sua jornada, não importando se por um longo ou breve período, mas que foram, de fato, significativas. Ari foi seu verdadeiro legado.

Ari viveu na vida o verbo e aplicou o substantivo criando uma narrativa própria de olhar para o mundo e enxergá-lo, de ver seu próximo e nele encontrar o ser humano e suas qualidades. Mário Sérgio Cortella diz que “a morte não importa, o que importa mesmo é o que fazemos do nosso tempo enquanto ela não chega”. Ari fez de sua vida sua mais bela obra.

Agradeço a todos que atenderam de pronto para participarem comigo desta homenagem a um ser humano que muito nos ensinou e de nós levou lembranças.

Deixo aqui meu carinho eterno, em meio às lágrimas que escorrem involuntárias, fruto de uma felicidade indescritível de tê-lo como amigo, irmão, ensinador! Estendo aos meus filhos a facilidade que Ari colocava alegria em nossa casa e em nossos corações. Agradeço às pessoas que hoje fazem parte do meu convívio e que me foram apresentadas por ele. Ari tinha um talento nato em aproximar pessoas. Agradeço às suas irmãs, Dio Morais e Léia Gouvêia, que me presentearam com seu acervo e que com todo respeito e honra, será cuidado e difundido para o maior número de pessoas. Agradeço à Cidinha Coimbra por concordar com esta homenagem e em especial que cuidou para que Ari tivesse uma digna morada, Pedro. Por fim, agradeço a Deus a oportunidade de tê-lo conhecido nesta desta vida e das boas pessoas que ele colocou em minha vida.


UM POUCO DELE ENTRE ASPAS ...

Fotos: Ari Morais



Leila Reis – Proprietária do Restaurante Bendita Vegana

Conhecer Ari foi um divisor de águas na minha vida! Ele sempre acreditou muito no meu trabalho e me fez acreditar em mim mesma, me impulsionando sempre. Deixou um profundo sentimento de incredulidade com sua partida, mas também deixou lembranças muito boas e um sentimento de profunda gratidão a Deus, por tê-lo conhecido! Saudades enormes amigo! O céu ficou muito mais iluminado com sua chegada.


Marta Fernandes – coordenadora do Projeto Cantinho

De nossas várias jornadas, construímos um laço de afeto. Cumplicidade na construção do mundo que queremos e acreditamos que estamos construindo. Agora, aprendendo a fazer junto, estando de formas diferentes. Mas como diz você (Ari), “vamo que vamo”.


Cássio Facure - Presidente da Fundação Cultural de Uberaba "Professor Antônio Carlos Marquês"

Falar desse grande fotógrafo Arionilson Morais é de extrema responsabilidade. Pois ele via o mundo através das lentes e assim se tornou um profissional incrível, que conseguia captar através de seu trabalho com uma visão muito única e original. Parafraseando algumas memórias escritas; "Do que são feitas as melhores memórias, cada uma tem uma resposta própria. Mas, quem as registra e as tornam eternas são eles: os fotógrafos". Finalizo afirmando que o nosso querido Ari Moraes se tornou eterno!


Isabel Minaré – Jornalista

Toda vez que encontrava o Ari, surgia aquela gargalhada gostosa. Essa reação acontecia porque estarmos juntos era uma verdadeira festa. Ficava encantada em como ele retratava as pessoas com tamanha sensibilidade e carinho. Ele era daquele tipo de gente que observava o lado bom da vida. Era doce, brilhante, magnífico. Quem estava ao seu redor, era catapultado ao sucesso! Ficaram os ensinamentos, a saudade e a certeza do reencontro.


Geraldo H. – Produtor Audiovisual

O mundo, sem dúvida, perdeu em 2021 um representante da nossa cultura real, do comprometimento com o trabalho sério e do empenho em fazer da arte uma saída. Deixo aqui minha gratidão eterna para aquele que abriu caminhos para todos os apaixonados pelo cinema e pela produção audiovisual, não só em Uberaba, mas para o mundo. Obrigado Mestre Ari, por ter estado na linha de frente de uma profissão que alimenta não só o corpo, mas também a alma de muitos sonhadores como nós!


Cidinha Coimbra – Diretora executiva da Revista Mulheres

"Um gentleman e um grande artista, requintado e requisitado, que se primava pelo profissionalismo e dedicação à arte e à cultura. Tivemos a honra de contar com seu trabalho fotográfico, sempre perfeito, em algumas matérias da revista Mulheres. Foi um exemplo de honradez, ética, generosidade e dedicação ao próximo."


Mãe Marlene da Casa de Ongunjá

O Ari foi uma pessoa muito importante na minha vida. Uma pessoa do bem, um amigo! Eu não tenho como agradecer a tudo que ele fez por mim e por minha religião (Candomblé Ketu), somente Deus pode fazer isso. Convivi muito com ele, mas o muito é pouco e de repente a pessoa vai sem a gente saber.


Aldo Pedrosa – Cineasta

Certa vez, em uma das diversas reuniões que realizei com o Ari Morais e mais um possível parceiro para tentar viabilizar um dos nossos quase incontáveis sonhos artísticos, ouvi deste parceiro que o Ari era um grande articulador: a peça central que unia as pessoas, sejam elas de quais áreas fossem. Elas podiam pensar de formas totalmente diferentes, mas o Ari sempre as cativava e conseguia delas mais do que as parcerias que eram imprescindíveis para os nossos projetos, ele também conquistava suas amizades e seus corações. Eu sempre dizia que, como produtor cinematográfico, o Ari conseguiria um avião se pedíssemos isso para ele. Mas agora ele embarcou neste avião e foi cativar novos corações no plano superior, onde um dia nos reencontraremos e celebraremos nossa amizade. Sentimos muito sua falta meu amigo! A cultura de Uberaba tem uma dívida imensurável com você! Continue brilhando, como sempre brilhou, agora para a eternidade!


Fernando Nunes – Gestor do hospital oncológico Hélio Angotti 

O Ari, para todos nós do Hélio Angotti, foi muito mais do que um fotógrafo. Ele soube, como poucos, retratar nossas ações, nossa essência através das lentes, com olhar humano sempre! Não apenas registrou momentos, nos ajudou a capturar memórias de forma primorosa. E somos eternamente gratos por isso.


André Abreu – Sócio proprietário do restaurante Geremia

Ari, foi um homem de luz e um artista à frente do seu tempo. Transformava fotografias em obras-primas. Com sua elegância e educação de alto nível, ele pôde contribuir com sabedoria as demandas sociais e artísticas, exalando, aquela sensação de bem-estar a quem fosse amigo e também aos desconhecidos que o rodeavam. Para sempre Ari!



A BICICLETA POLÔNIA


BERLIM


BRAZILIAN DAY - LONDON UK


BUDAPEST - THE CITY


CORAL BRASILEIRO EM BRATISLAVA - ESLOVÁQUIA


DINOSSAURO


FILME PREMIADO #NINFABEBE


LITUÂNIA PÔR DO SOL


PESSOAS POLÔNIA


TARDE DA BELEZA


UBERABA