Por Evacira Coraspe


Circuito Viva o Centro faz sucesso entre uberabenses


O projeto executado pelo Conphau – Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico de Uberaba, Arquivo Público, Fundação Cultural e Secretaria Municipal de Turismo envolve pensadores, historiadores e principalmente a população. 

A participação do Conpahu está embasada no propósito do Conselho criado na década de 1980 com objetivo de cuidar e resguardar toda parte arquitetônica de Uberaba, da cultura material, que são casas, mobiliários, elementos arquitetônicos e imaterial com a religiosidade, matrizes africanas, folclore, catira.  

De acordo com Luiz Mario Molinar Neto o projeto Viva Centro, trabalha roteiros integrativos do eixo histórico da cidade, como forma de espalhar esses conceitos. Neles são contadas particularidades dos locais de maneira histórica e envolvendo depoimentos dos moradores, criando sentimento de pertencimento. 

Sobre a Praça Rui Barbosa, primeiro eixo trabalhado, ele destaca ser todo espaço de grande relevância, claro com destaque para Paço Municipal, a Catedral, o prédio da Fundação Cultural e outras casas de particulares. 

O que mais o surpreende nessa caminhada é a participação popular, a presença dos idosos e curiosidades que vão surgindo espontaneamente. “Cada vez mais as pessoas estão se aproximando. A interação é grande. E tem muita história da memória oral, com fatos familiares e antigos moradores da região. Mudança de arborização do espaço, calçamento e tudo é registrado”, declara o arquiteto. 

Dentro das relevâncias, Luiz Mario destaca a praça Comendador Quintino, a praça do Grupo Brasil, que foi palco de enforcamentos de escravos, inclusive com plateia formada por senhores e seus escravos, a fim de intimidá-los. 

“O roteiro foi pensado para envolver a população e, historicamente falando, é possível pontuar o desenvolvimento social da cidade. O município tem vários ciclos econômicos diferentes e sempre foi uma cidade de ponta, pela localização estratégica."


Menino campeão na arte da pescaria consciente

O esporte associado à educação e à arte é um exercício fácil para o menino pescador Henrique Bitar, conhecido como Henrique pescador, de 12 anos de idade, natural de Uberaba/MG. Desde criança ele se dedica à tradição familiar da caça esportiva. Seu passatempo favorito já lhe rendeu quatro recordes brasileiros em duas categorias diferentes. Henrique se profissionalizou de tal forma que carrega no currículo o troféu de campeão de torneio do Jockey. No torneio mirim de pesca infantil pegou o maior peixe do certame. 

Sua trajetória na pescaria, levando conhecimentos de educação ambiental e defendendo a importância da manutenção da limpeza das margens dos rios. Por onde passa com seus equipamentos de pesca, Henrique estimula aos participantes na coletiva seletiva do lixo produzido e dos resíduos encontrados. Diante dessas atitudes, a prefeita de Uberaba Elisa Araújo o designou embaixador do meio ambiente do município. Recebeu homenagem na Câmara Municipal em Uberlândia. A Polícia Militar Ambiental do estado de São Paulo, por meio do capitão Júlio César Cacciari, homenageou o pescador com o certificado de agradecimento pelos serviços prestados na aérea ambiental. 

Os maiores peixes do seu anzol foram: um Jaú de um 1,07cm e 19,5kg pego no Rio Manso/ MT e, quando se fala em peso, o tambaqui de 24 kg é o campeão. 

Com muita naturalidade ele enfatiza que “além de ser um esporte que eu amo e pratico, espero passar aos novos praticantes a consciência ambiental. A prática da pesca consciente faz com que as pessoas entendam que o meio ambiente preservado é a garantia de um futuro saudável e sustentável!” 

Ouvindo que é um exemplo Henrique diz: “não penso em ser o melhor, nunca pensei! O que quero é ser referência para a minha geração e para as próximas. O que desejo mesmo é ouvir ‘Esse cara ajudou nosso meio ambiente, trabalhou para o coletivo.’ Essa é minha motivação!” 

Estudioso do esporte, Henrique convive com gente grande e tem como referências, tanto na pesca masculina (Johnny Hoffman, Fabio Baca, Lawrence Ikeda, Rubens Almeida Prado), quanto na feminina (Luana Karine e Karina Ribeiro). “São Pessoas que aprendo diariamente.” 

Sobre sua tradição na pescaria, ele destaca não ter dúvidas em ter o pai como o grande professor…. “o cara que me incentivou, me aconselhou, me orientou. Meu parceiro de vida sem dúvidas”. 

Henrique Bitar até deixa um conselho aos pais, quando espera que todos tirem seus filhos de casa. Não necessariamente para prática da pesca esportiva, até porque muitos não gostam. Mas comenta para poder estar um pouco mais perto da natureza, respirando o ar puro e contemplando o verdadeiro sentido da vida. “Vamos nos unir em prol das próximas gerações e ter o meio ambiente como nosso aliado, já é um grande passo! Basta cada um fazer a sua parte”, recomenda.


Rococó

Perpassando pela linguagem da arte, o Poder Legislativo Municipal contou a história de Uberaba na Exposição histórico-cultural, em comemoração aos 203 anos da cidade. 

A abertura foi profusão de expressões artísticas, com destaque para a música tão bem interpretada por Marcelo Taynara, desfile de moda conceitual do século XVIII e XIX. Algumas vestimentas foram cedidas pela artista Arahilda Gomes, que integram trajes da opera Bodas de Figaro de Mozart, traduzida e simplificada por ela em 2008 com cantores uberabenses. Outro figurino é uma releitura desenvolvida pela estilista Paula Salge. 

As exposições fotográficas de vários fotógrafos conceituados, banners de fotos históricas especialmente produzidos pelo Arquivo Público e muitas artes plásticas de artistas consagrados deram vigor as comemorações. 

Durante 15 dias o Paço Municipal Major Eustáquio, nome do fundador da cidade, ficou aberto à visitação pública. Mais de 300 pessoas passaram pelo local. Muitas escolas levaram seus alunos em visita guiada.


Pontos turísticos em sua mão

“Descubra o turismo de Uberaba e região” é a frase estampada no display distribuído pelo Geoparque para rede hoteleira, setores públicos e comerciais da cidade. A finalidade é conectar os pontos turísticos da cidade, por meio do QR Code inserido. Portanto, é só aproximar o celular baixar o APP e você estará conectado com o que Uberaba tem de melhor para visitar.


Um dia no palácio no Rio de Janeiro

O Palácio do Catete, hoje Museu da República, surpreende por sua exuberância, requinte e claro, por sua história.  Em nada fica a dever para vários museus similares na Europa, até porque o arquiteto da obra e pintores são europeus. Por iniciativa de grande fazendeiro de café o prédio foi construído entre os anos de 1858 e 1867. 

Localizado no bairro do Catete, o palácio presidencial foi palco de uma tragédia. No terceiro andar o então presidente da República Getúlio Vargas escreveu suas últimas palavras “Saindo da vida para entrar na história” e logo após tirou a vida com um tiro no peito. A camisa do pijama encontra-se exposta no quarto. 

Para além desse fato, o lugar preserva a rica história de ter sido a morada dos presidentes da República. Desde 1896, o prédio foi vendido ao Governo Federal para ser sede da Presidência da República. O último presidente a morar no palácio foi o mineiro Juscelino Kubitschek. Entre os salões devidamente decorados, tem o Ministerial, Nobre, Francês, Veneziano, Mourisco, dos Banquetes e o Francês. Impossível não se encantar com as escadarias, as varandas e o acervo. Além da arquitetura em si, têm os jardins bem cuidados, com lagos, bancos, ponte. Muitas pessoas se acomodam nas sombras para ler, conversar, fazer produções fotográficas, gravar vídeos e apenas caminhar pelo silêncio e pelas lembranças de nossa história política e cultural. 

Depois do passeio vagaroso, aproveitei pra vacinar num posto no palácio, contra gripe e a dose da Bivalente.