Jornalista Izabel Durynek



Vanilda Guimarães Gonçalves Leite

 “Uma sociedade é tão menos violenta quanto mais cidadã ela se torna”



A Central de Fiscalizações de Penas Alternativas (CEFIPA) é uma unidade da Secretaria Municipal de Segurança, criada em 07/11/2006 e regulamentada através da lei n° 10.258/07, tendo como objetivo auxiliar o Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais, em parceria com a Justiça Federal, Ministério Público e Defensoria Pública Estadual, na gestão coordenada e centralizada do acompanhamento e fiscalização da execução das penas alternativas, buscando a reintegração social do beneficiário como política de prevenção à reincidência.

A CEFIPA cadastra e credencia instituições filantrópicas, firmando convênios para o desenvolvimento de programas ressocializadores, com aplicação das Penas Alternativas.

Com uma grande trajetória de vida, Vanilda Guimarães Gonçalves Leite, pedagoga, pós-graduada em Direito Educacional, com mestrado em Psicologia Jurídica, a coordenadora da CEFIPA começou sua carreira em Belo Horizonte, sua terra natal. Teve como primeira experiência profissional, o trabalho de educadora, em uma escola municipal localizada na favela ‘Boca do Lixo’, tendo alunos em situação de alta vulnerabilidade, onde desenvolveu uma postura firme e disciplinada.

Foi convidada para integrar importante projeto realizado para o DETRAN/MG. “Desafio é comigo mesma. Tínhamos que fazer um livro dirigido às professoras de Minas Gerais, para ajudá-las a educar as crianças para conviver no trânsito”. Após esse trabalho, em 1982 mudou-se para Uberaba, onde seu esposo veio para trabalhar na antiga Fosfértil.

Na terra do Zebu, chegou transferida para trabalhar junto ao Setor de Trânsito em parceria com a Polícia Civil. Ministrava palestras em escolas e empresas sobre educação e segurança no trânsito. “Prestei concurso e entrei na Prefeitura de Uberaba”. A rádio peão é rápida. Logo ficaram sabendo dos seus conhecimentos e foi convidada para coordenar a Escola Mirim de Trânsito.

Chegou a ser coordenadora da Seção de Educação no Trânsito da Sestran. “As crianças são a solução em busca da paz no trânsito. Eu parto do princípio de que ela deve aprender a circular com segurança na cidade onde mora.  De que adianta a criança aprender Geografia, História, se ao chegar na esquina é atropelada porque não conhece as normas do trânsito!?", questiona.

Para Vanilda, os motoristas cometem erros porque não foram educados para o trânsito. "É uma cultura que vai passando de geração para geração. Ensinando às crianças hoje, amanhã elas serão motoristas e pedestres conscientes”.  Fez inúmeras palestras, blitz educativas, campanhas de prevenção. “Se eu salvei uma vida, ensinando a usar o cinto de segurança, eu já me dou por satisfeita. Cumpri meu papel”.

Porém, o trabalho no magistério também foi uma vocação irresistível. Vanilda foi professora na E. M. Santa Maria, vice-diretora na E. M. Boa Vista e supervisora pedagógica na E.E. João Pinheiro e no Colégio Tiradentes. "No trabalho nas escolas ensinamos, mas aprendemos muito mais. Cresci como pessoa em cada uma dessas escolas."

Depois de cumprir seu legado no trânsito e na educação, assumiu a CEFIPA por solicitação das juízas do Juizado Especial Criminal de Uberaba junto à Prefeitura.  Conta que recebeu todo embasamento jurídico do Dr. Adroaldo Junqueira Ayres Neto, Promotor de justiça do Juizado Especial Criminal. “Tudo que eu sei sobre Penas Alternativas, foi ele quem me ensinou”. O trabalho lhe rendeu honrarias. Em 2016 foi agraciada com a ‘Comenda Desembargador Hélio Costa’. Essa premiação é dirigida exclusivamente para integrantes do Judiciário e Vanilda Guimarães foi distinguida com a medalha pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. 

Com uma personalidade que valoriza muito os conceitos morais e éticos, sempre assumiu os compromissos com honra e comprometimento. “Eu sou tida como uma pessoa de pulso firme. Procuro trabalhar com transparência, seriedade e justiça, gosto de fazer a coisa certa. Não aceito, por exemplo, tráfico de influência, que é considerado crime previsto no código penal e praticado por muitos como forma de favores. Nunca cedi às pressões, independentemente de ser filho ou amigo de autoridades ou pessoas importantes”.

Em 1986, integrante da Adesg (Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra) fez o curso preparatório em uma turma composta por apenas 10 mulheres em meio a 90 homens.

É casada, tem duas filhas e um neto, adora dançar, é muito vaidosa, não sai de casa sem um mínimo de uma produção e um indispensável batom vermelho.

Mostrando a necessidade de impor seus princípios, Vanilda é uma mulher que lutou pelo seu espaço e conseguiu chegar aonde chegou pelos seus valores e sua postura.

 

Ângela Barbosa de Melo Borges

A arte de educar para um mundo globalizado



Muito simples, a empresária do segmento da educação Ângela Bárbara de Melo Borges, definitivamente não gosta de holofotes. O seu negócio é educar nos bastidores. Com quatro filhos, uma neta e um casamento de 42 anos, ainda consegue gerir uma franquia educacional. Com formação em magistério, ensino superior, sempre se dividiu entre o trabalho e a família com muita tranquilidade, mostrando que a mulher dinâmica já existe há muito tempo, porém, só nos dias atuais, é reconhecida por tais feitos.

O poder de praticamente toda mulher é fazer várias coisas ao mesmo tempo. Ela foi professora do Estado e por acreditar que o seu rendimento com os alunos cairia, não assumiu a rede municipal.

Como educadora, acredita que a criança segue exemplos e há uma necessidade de mais capacitação dos educadores. “Existem crianças de todos os níveis. Antes, a professora de escola pública era muito dedicada. O professor tem que ter um acompanhamento pedagógico. Existia mais preparo e ninguém era desviado de função por conta dos programas de governo”.

Ela também explica que ao longo do tempo, a educação mudou. “Os professores se preparavam, profissionalizavam e tinham idealismo”. De acordo com Ângela, a inversão de contextos educacionais mudou também. O professor não possui autonomia para impor limites dentro de sala, mas existem pontos positivos, como é o caso do período integral introduzidos nas escolas públicas e privadas. As crianças são acompanhadas por professores capacitados e especializados para receber cada educando de acordo com a sua necessidade.

Ela ressalta ainda, que as crianças devem ser estimuladas o mais cedo possível. “Existem teorias que a educação começa no útero”. Então, os pequenos se acostumam com a rotina e passam a conviver com a educação de forma saudável. O exemplo vem de dentro de casa. A neta Mariana foi para o período integral com nove meses. Hoje, aos três, vai para a escola estimulada.

E é com o objetivo de proporcionar uma boa educação que Ângela não só administra, mas atua em uma escola de formação extracurricular com métodos de ensino diferenciados, que proporcionam aos seus alunos aprendizagem com raciocínio lógico. “A minha neta já faz inglês e matemática. Quanto mais cedo começar, melhor”, fazendo um comparativo entre crianças que são motivadas ainda no berçário e as crianças que não são.

São 20 anos de franquia, Ângela explica que a boa formação e comprometimento das partes envolvidas no processo educacional de uma criança ainda é o principal motivo para uma boa educação.

A educadora afirma que é de suma importância uma alternativa para complementar o ensino, já que as metodologias atuais ainda não suprem os padrões internacionais, inclusive para preparação e inserção no mercado globalizado.

Sua maior felicidade, é ver os frutos do seu trabalho. “Eu fico feliz com o sucesso de ex-alunos. Vê-los se tornarem cidadãos integrais inseridos profissionalmente no mercado de trabalho”.


Silvânia Perez Pinti

 Praticidade nas decisões

Silvânia fala como a mulher que convive e se sobrepõe numa sociedade ainda machista

 

“Não gosto de me impor, dou minha opinião nos negócios da família, mas com sutileza, sempre deixando a última palavra para o marido ou o filho, que estão á frente do empreendimento.”

É perceptível a quantidade de trabalho. Empresária ‘linha dura’, é Silvânia Perez Pinti quem auxilia a empresa na área de vendas, atendimento, contabilidade e fiscal, de forma feminina. Sua visão de águia e experiência no ramo de gráfica, norteia sutilmente toda a equipe.

Em seu currículo, foi professora formada em Magistério no Colégio Nossa Senhora das Dores e depois cursou a Faculdade de Ciências Econômicas, o que a auxilia muito em seu trabalho. Além da vida empresarial, também é uma das diretoras da ACIU – Associação Comercial Industrial e de Serviços de Uberaba. Ela é uma de apenas três mulheres, na diretoria.

Mesmo com as dificuldades encontradas, sempre seguiu e geriu em primeiro lugar as necessidades da família, colocando-se em segundo plano. Filha de um pai tradicionalista, Silvânia é uma grande mulher que segue as tradições, superando as adversidades impostas por uma sociedade ainda machista.

A Gráfica 3 Pinti é administrada pelo filho Pablo, que conta com a experiência e apoio do pai e o respaldo da mãe, sempre pronta a colaborar em tudo. O negócio surgiu a partir do empenho e empolgação do filho. Silvânia o assessora em todos os departamentos, desde orçamento até à contabilidade, já o pai Valter, atua na área de compras e administração financeira.

“Na hora que precisa, eu estou ali para ver o que eu posso fazer, sempre atenta, porque é muito trabalho para somente três pessoas como gestores administrativos. Eu fico mais no amparo, sendo como um esteio acolhedor para o negócio fluir e não consigo me desligar ”. Silvânia admite que o trabalho é seu alimento diário de disposição.

A sua personalidade firme é notória. Com um posicionamento ético, não aceita erros. “Sou assim, exigente com meu trabalho e em tudo que faço, busco sempre a receita certeira nas minhas atitudes e decisões. Não sou de pedir conselhos, gosto de experimentar e não seguir o que os outros indicam. Às vezes é um erro, mas acho que só tem um jeito de aprender que é batendo a cabeça ... para nunca mais esquecer.”

Outras características marcantes são a sua praticidade e a sua agilidade. Ela vai direto ao ponto. “Às vezes eu atropelo as pessoas, mas é sem má intenção, é porque meu pensamento vai muito à frente”. 

Ciente de sua grande responsabilidade, a empresária é perseverante em seus propósitos e ações. Algumas vezes, não consegue, de imediato, fazer o que é necessário para sanar de vez os problemas do dia a dia.  Porém, não desiste e tem certeza que se algo errado acontecer, vão recorrer a ela a matriarca e mulher multi-soluções.

E nos finais de semana na hora do descanso, nada melhor do que ir para a cozinha e preparar aquela comidinha que o marido, os filhos e netos tanto gostam. “Aí, é a melhor hora. Curtir esses momentos que nos enchem de prazer e alegria e que faz a vida e todo o nosso sacrifício valer a pena”, termina.


Heloísa Piau

Companheirismo que soma no poder público



Esta história começou na universidade. E de lá para cá, se tornou uma história de amor, companheirismo e parceria. É assim que a primeira-dama de Uberaba, Heloisa Piau Nogueira, descreve a relação com o marido, prefeito Paulo Piau. Pais de três filhos, um deles já falecido, são avós de quatro netos. Mas esta relação não se resume a vida familiar. Companheira desde as primeiras eleições, em Uberaba Heloisa Piau atua como voluntária e auxilia no dia a dia do gabinete.

Comprometimento - Festas, eventos, paparicos e fotos não são e nunca foram prioridades para a primeira dama, reconhecida por muitos por ser uma pessoa simples, de bom trato, acolhedora e com um carisma especial. “Chego às oito horas. Tem pessoas que tem que trabalhar e precisam ser atendidas logo cedo. Não me importo se não recebo para isso. Entendo que se posso contribuir, não há motivo para não fazer. Esta é minha forma de ajudar Uberaba e apoiar o Paulo e faço com responsabilidade e carinho”.

Ainda sobre a parceria de vida com o marido e prefeito de Uberaba, Heloisa garante que tem jogo de cintura para dar suporte aos filhos e ao marido, pois entende que a mulher faz a diferença, atuando em diversas frentes. O que pode ser desgastante, mas compensa, em sua avaliação. Com uma fé inabalável, a primeira-dama acredita que “Deus sempre a cercou de pessoas do bem para ajudá-la nessa caminhada e por isso nos momentos difíceis não tem medo, já que conta com um alicerce familiar forte e que a faz encarar as coisas de forma diferente”. Heloisa também é segura ao dizer que não se envaidece com a posição de primeira-dama, mas tem a certeza de que seu apoio é de suma importância para o marido. “Somos o porto seguro um do outro. Isso se chama companheirismo. É essa a relação que temos”.

Em ação - As demandas recebidas pela primeira-dama vão desde pedidos de emprego, demandas sociais, de saúde, educação. Ela tenta atender a todas e garante que nunca deixa ninguém sem resposta, mesmo que negativa. “As pessoas não podem ficar sem respostas. Eu não tenho coragem de deixar uma pessoa sem reposta. E os secretários acolhem nossas solicitações quando possível e são atenciosos em nos dar um retorno. É um trabalho conjunto e que dá resultado”.

A primeira-dama avalia que há uma valorização das notícias ruins em todo o mundo, mas acredita, que assim como há mais pessoas boas, também existe muitas notícias boas e importantes e que deveriam ser mais divulgadas, e mais que isso, receber a atenção e valorização das pessoas.

“Infelizmente vivemos em um mundo, onde as informações chegam em tempo real e percebo que há mais interesse em um homicídio ou acidente do que em uma matéria positiva, onde alguma instituição educacional do Brasil, por exemplo, recebe o prêmio por alguma pesquisa. Mas as coisas são assim e cabe a nós contribuir de alguma forma para mudar”, avalia.

Apaixonada pela Terra do Zebu, ela demonstra a sensibilidade e sofre quando alguns desvalorizam a cidade. “Nós temos problemas. Mas qual cidade do Brasil não tem? Apesar de toda crise, Uberaba conseguiu se destacar em diversas áreas, avançamos, estamos a frente de inúmeras cidades. Considero que estamos bem, mas não podemos parar um segundo. É assim que pensa o Paulo e é para isso que trabalhamos: para Uberaba crescer e o povo ser beneficiado com isso”.


Kátia Manzan

Mudança de atitude, mudança de vida

 

Há dois anos, durante a instalação da crise econômica do país, a coach Katia Manzan se viu diante da possibilidade de fechamento da sua escola profissionalizante. “Eu me vi perdendo a possibilidade de mudar a vida dos meus alunos por meio da qualificação profissional”. Foi nesse momento que Kátia se reinventou. O universo conspirou a favor e os ventos lhe trouxeram o coaching

Administradora, com pós-graduação na área de ensino, possui uma vasta experiência na área de gestão educacional. Durante um tempo, além do coaching, continuou trabalhando com formação técnica e profissional na Escola Vitória Formação Profissional. Não abandonou a sala de aula que lhe deu bastante vivência e conhecimento sobre as necessidades humanas, com as competências que o mercado exigia dos estudantes. “Efetivamente, queríamos torná-los empregáveis”.

“Quando descobri o coaching, vi esse mesmo propósito de ajudar pessoas revivendo em mim”. Depois do primeiro contato como coachee, saiu disposta a viver e reviver a técnica. “A minha transformação foi imediata”. Foi quando fez a primeira formação pela Abracoaching. Também fez duas formações com Gerônimo Theml, o Coach dos Coaches. Chegou a última formação do segmento na Abracoching, com três formações internacionais: practitioner, professional e advanced. “Estou concluindo uma pós-graduação em Coaching agora em março”. As técnicas, lhe proporcionaram melhor eficiência e resultado na formação dos clientes.

Com isso deixou o cargo de gestora da escola Vitória Formação Profissional, do qual é proprietária para se dedicar exclusivamente ao Coaching. Ela acredita que a maioria das pessoas se sentem limitadas. “As pessoas chamam isso de zona de conforto. Eu prefiro chamar de zona de comodidade porque conforto é onde eu quero estar”, sorriu.

Sobre ser acomodado, explica que “o mundo empurra uma indústria de que coitadinho é o melhor. Porque se dar o trabalho de mudar? Porque você vai iniciar uma nova carreira, uma nova relação, um novo projeto?”.

Em contrapartida, citou inúmeras pessoas que ao fim de uma batalha de alguns longos anos se perguntam: “Porque eu não fiz? Porque eu não mudei? Nós todos temos o direito de viver plenamente. Essa totalidade que o Coaching me proporcionou, me fez ver adiante e é isso que eu quero mostrar para as pessoas”.

Sobre o mercado de trabalho, explica que as “empresas públicas ou privadas precisam começar a enxergar que o seu maior patrimônio é o talento humano. Com o desenvolvimento tecnológico, o foco passou a ser as pessoas. Essas pessoas precisam ser treinadas, olhadas e valorizadas de uma forma diferente. E esse olhar deve ser individualizado”. Um diferencial oferecido, sobretudo aos líderes com as ferramentas do Coaching. Fundadora do Programa Passos de Tigre, ela forma Líderes Coach para atuarem nesta demanda.

Recentemente convidada para ser coautora de um livro sobre Coaching, já prepara seu capítulo intitulado: O Poder dos Sonhos, que será lançado em dezembro, em Brasília.

E é com essas técnicas e olhar diferenciado que Kátia Manzan resgatou o que achava que iria perder. Hoje, a Escola Vitória Formação Profissional é parceira de mais de 150 empresas. Chegou ao índice de 99% de inserção dos alunos no mercado de trabalho, atingindo, assim, a sua missão de preparar excelentes profissionais e ainda aliou a realização do sonho de transformar vidas por meio do Coaching.